Extensão Universitária Emoções e afetos como agentes de mudanças sensíveis na educação

Aulas ao vivo e gravadas

Proponho um curso vivo, construído de forma dialógica-artesanal permanente, levando-se em conta as pessoas participantes e seus contextos, para que os estudos sejam repletos de sentido para todas e todos. Assim, teremos um percurso de estudos mapeado previamente a partir das disciplinas indicadas - mas, o fluxo do caminhar nesse trajeto será orientado levando-se em conta os interesses e demandas do coletivo.  

“Me movo como educador porque, primeiro, me movo como gente”.

                                                                                                  (Paulo Freire)

Sobre o Curso de Extensão

O curso tem como objetivo principal introduzir, de forma reflexiva, dialógica e sensível, saberes importantes em relação ao campo das emoções na educação, para que possamos começar a romper com modelos ultrapassados de relações educativas e vislumbrar juntas e juntos caminhos de mudança e revoluções, orientados pelo afeto. Dessa maneira, pretendemos mobilizar, desinstalar e rever crenças, fôrmas e padrões de relações educativas pautadas pela impessoalidade, pela transmissividade, pela homogeneidade e, assim, pela manutenção do status quo. Um tema central no curso são as interações entre educadoras/es e os sujeitos da educação, consideradas as bases sustentadoras de qualquer ação educativa. Assim, as tramas emocionais e afetivas que sustentam e entrelaçam as relações serão trazidas em foco e perspectivas de mudanças. Mudanças perenes   vêm de dentro, frutos da conscientização, da conexão com sutilezas, com não-ditos, com o natural da vida e com a coragem de sentir. Assim, o curso que propomos tem como foco uma formação integral do/a educador/a no encontro entre o pessoal e o profissional. A partir do entrelace de saberes diversos sobre as emoções, vamos puxar fios de conhecimentos que favorecem a educadoras/es conhecerem-se e educarem-se a si próprias/os - ou se reeducarem - emocionalmente. É na relação viva e pessoal entre educador/a e educanda/o que acontece o Encontro para educar emocionalmente - e somente educamos com inteireza o que aprendemos. 

Objetivos:

Identificar influências das culturas afetivas na própria vida pessoal e nas culturas afetivas escolares.

Refletir sobre a saúde emocional e conhecer aspectos significativos que favorecem o bem-estar pessoal e de educandos e educandas.

Refletir sobre o campo emocional de educadoras/es, em primeira pessoa, e ampliar a consciência emocional pessoal.

Aprofundar sobre aspectos, ações e contextos que podem favorecer a saúde emocional de educadoras/es.

Despertar a disponibilidade emocional e afetiva para a relação consigo mesmo e para as relações de seu entorno e com educandos e educandas.

Reconhecer a emoção como linguagem e expressão comunicativa.

Compreender o funcionamento das emoções a partir do cérebro emocional.

Considerar a função social das emoções e suas manifestações.

Identificar a afetividade e o contágio emocional presente nas relações humanas.

Conhecer as competências da Inteligência Emocional.

Refletir sobre pluralidades de ambientes familiares e parentalidades diversas nas quais vivem crianças.

Ampliar o olhar e a escuta para as necessidades, interesses e demandas emocionais das crianças - do grupo e individualmente.

Conhecer aspectos significativos e períodos críticos no processo de desenvolvimento emocional ao longo da infância, bem como implicações educativas nesse sentido.

Realizar intervenções educativas - formais e informais - de forma reflexiva, autêntica e pessoal, levando-se em conta o contexto de cada educando e educanda, bem como as especificidades de cada fase do processo desenvolvimento emocional ao longo da infância.

Paulo Freire nos orienta que a tarefa do ensinante, que também é aprendiz, é “exigente de seriedade, de preparo científico, de preparo físico, emocional, afetivo” (FREIRE, Professora sim, tia não. 2010, p. 11). Essa afirmação move e co-move à indagação: em que consistem os preparos emocional e afetivo de educadoras/es? Assumimos, assim, o desafio e o compromisso responsável de puxar fios essenciais de saberes sensíveis que tecem tramas emocionais e relacionais na educação, buscando uma formação no âmbito pessoal do/a educador/a. 

Emoções e afetos são condutores e dão o tom das interações na vida. Assim, considerando a docência uma profissão essencialmente relacional e que o ato de educar acontece na relação entre educador/a e educando/a, trazer o tema das emoções e dos afetos para o âmbito formativo é urgente. Nesse sentido, para que possam educar a dimensão socioemocional de educandos/as, de forma intencional e consciente, educadores precisam preparar-se emocionalmente e afetivamente. Por isso, propomos uma formação reflexiva e profunda, que acesse aspectos da pessoa do profissional, comumente negados, negligenciados ou esquecidos, mas que são essenciais para o exercício de uma profissão relacional, na qual a demanda afetiva é permanente. Aprender a aprender a conhecer-se, a cuidar de si^[1], a educar-se a si mesmo/a, a lidar com as próprias emoções são alguns dos pontos significativos para a formação docente nessa perspectiva: uma formação que ultrapassa o campo cognitivista, redutor da docência ao ensino de conteúdos formais. A proposta aqui é ampliar o campo formativo, tratando de uma formação integral, na qual a formação pessoal do profissional é o foco. 

Como o curso (nos) acontece