O curso é destinado a todas as pessoas que desejam contribuir para a construção de uma sociedade antirracista. Voltado para quem busca, em sua prática cotidiana, promover espaços mais dialógicos e equânimes. A formação acolhe discussões relevantes para profissionais de diversas áreas, como: Educação, Promoção da leitura e literatura, Saúde, Artes e suas múltiplas linguagens, Gestão pública e institucional, entre outros campos de atuação comprometidos com a transformação social.
Imagens de André Medina
Nesta pós-graduação buscamos trazer tudo que objetiva esse curso; o transBordar presente na estrutura que se materializa nos encontros. Estamos, antes de tudo, pautadas nos diálogos sobre as Relações Étnico-Raciais e a Educação, numa perspectiva de que os processos educativos ocorrem em diversos territórios e são permanentes. Nosso objetivo é ativar a interseccionalidade, agir nas brechas, esmiuçar histórias, encontrar com saberes construídos por diversos grupos sociais do nosso país; principalmente os povos indígenas, africanos e afrodescendentes.
Tudo isso perpassa pelo conceito de Cosmopercepções, cunhado pela pesquisadora nigeriana Oyèrónk Oywùmí, que propôs uma análise com/sobre o mundo para além do ver/visão – cosmovisão. O termo “cosmopercepção” é uma maneira mais inclusiva de descrever a concepção de mundo por diferentes grupos culturais. Neste sentido, “cosmopercepção” será usada ao descrever os povos iorubás ou outras culturas que podem privilegiar sentidos para além do visual ou, até mesmo, uma combinação de sentidos." (Oywùmí, 2002).
Amefricanas, para marcar os territórios epistêmicos que habitaremos. Aqui damos as mãos à pesquisadora brasileira Lélia Gonzalez, que nos apresentou esse conceito-convite à reflexão sobre a importância de reconhecer as culturas, histórias e todas as estratégias de resistências de diferentes etnias no continente americano. O conceito possui um caráter para além da geografia, visto que incorpora todo o “processo histórico de intensa dinâmica cultural (adaptação, resistência, reinterpretação e criação de novas formas)” nos territórios afro referenciados como o Brasil – o que nos possibilita construções das identidades étnico-raciais (Gonzalez, 2020, p.135).
O debate sobre educação e relações étnico-raciais é urgente.
Imagens de Ananda Luz
Nossa sociedade é plural, nos reivindicando a necessidade de nos encontrar com essa diversidade que por muito tempo foi silenciada a partir de práticas discriminatórias naturalizadas na sociedade. Acreditamos que os espaços educativos (formais e não formais) têm, e devem, olhar para suas estruturas para se reconstruir a partir das múltiplas percepções do mundo. Neste sentido, assumimos o compromisso de construir um conhecimento pluridisciplinar, atento aos processos sociais que acontecem no território brasileiro, além de mostrar como os diversos grupos étnico-raciais têm tensionado debates importantes para a promoção de mudanças sociais decisivas. Tudo isso ocorre num esforço colaborativo para valorizar e tornar públicos saberes que nos foram privados durante toda a História do Brasil. Assim, o curso pretende construir encontros entre os pensamentos teórico-prático-reflexivo referentes às relações étnico-raciais e os seus desdobramentos nos territórios educativos.
Como o curso acontece
Encontros on-line
Encontros Semanais: online e ao vivo, acontecem às terças-feiras e terão duas horas de duração, das 19h30 até 21h30 e um encontro por mês ao sábado pela manhã, das 9h até 12h. Estão previstas de duas a cinco horas de estudo, pesquisa e escrita individual por semana.
Encontros aos sábados
Será o momento de alinhavar saberes, compartilhar como os conhecimentos têm afetado seus saberes e fazeres, acompanhar projetos de pesquisa. Acontecerá pela manhã, das 9h às 12h, encontros online (ao vivo).
Conteúdos exclusivos
Na plataforma, além das propostas do percurso das aulas, as estudantes e os estudantes contarão com uma curadoria da coordenação em parceria com os professores, seja em formato de links ou bibliotecas virtuais, ou vídeos preparados para determinado assunto, tudo para que o acesso aos nossos estudos esteja não só mais amplo, como mais organizado para a turma toda. Todas as aulas são gravadas e disponibilizadas na plataforma.
Convidamos pessoas para experienciar uma roda de saberes, vivenciados por diferentes indivíduos, no intuito de que, coletivamente, possamos construir e presenciar mundos plurais.
História e cultura indígena, africana e afro-brasileira
Abordar a diversidade étnica e cultural da população brasileira. Desde sua formação até os dias atuais, contemplando inclusive as questões migratórias. Qual a cara de quem construiu a “brasilidade”, e que brasilidade é essa? Quais povos aqui chegaram? Quais povos aqui viviam? E sobretudo, que aqui, ainda, habitam?
Territorialidade
De acordo com Milton Santos (2011) “o território é o lugar em que desembocam todas as ações, todas as paixões, todos os poderes, todas as forças, todas as fraquezas, isto é, onde a história do homem plenamente se realiza a partir das manifestações de sua existência”. Enquanto “a territorialidade nos convoca a perceber o espaço sendo mais do que nos é visível, e sim o que nos é percebido ou escutado” (Trindade, 2010). Assim, queremos entender o território brasileiro e como ele se forma de acordo com a população indígena, quilombola, negra, indígena, periférica e suas relações com a terra e/ou com o território onde vive. Qual o sentimento de pertencimento? Como influência na identidade de quem ali vive? Como o coletivo se constitui na relação com o território? E como se manifesta para além do espaço físico, mas também no espaço social, cultural e simbólico do coletivo?
Políticas Públicas
Políticas públicas são ações importantes para o funcionamento da sociedade, quando implementadas, elas modificam a vida das populações e as organizações sociais. Assim, queremos pensar coletivamente, a história dos movimentos sociais e as suas ações, o que virou lei e como foram implementadas essas leis. O que o poder público instituiu como políticas públicas para os povos indígenas e de descendência africana. A história dos movimentos sociais e os movimentos sociais fazendo história. Como as políticas públicas contribuem para lidar com problemas públicos para trazer melhorias à vida de cidadãs e cidadãos em diversas áreas? Qual a necessidade de políticas públicas para a população negra e indígena na saúde, na educação, na segurança, no meio ambiente? O que virou lei? Como ocorre a implementação das leis?
A energia vital nas expressões artísticas
A ideia é trazer diferentes linguagens artísticas como forma de re-elaborar essa história única que nos foi imposta. Quando nos aproximamos das linguagens artísticas, criamos possibilidades de ampliar o debate sobre diversidade na educação, pois reconstrói narrativas concomitantemente, contribui para a construção de uma reflexão sobre si e sobre o outro. Por isso, é importante partilhar outras formas de contar sobre si e sobre os seus para si e para os seus. Sejam as/os ancestrais e as/os contemporâneas/os, mas também as/os que estão por vir: as linguagens artísticas na construção da humanidade e a arte como direito humano. A ideia é trazer pessoas que atuem no fazer e nas pesquisas em diversos eixos: cinema, música, teatro, palhaçaria, dança, música, performance, artes visuais, produção cultural.
Palavras e identidades
A palavra escrita, a palavra falada, a palavra bordada, a palavra desenhada e os diálogos com a construção da identidade cultural dos diferentes sujeitos. A narração, os slans, a oralitura, a oralidade, as histórias, as escrevivências, escritas de si, as literaturas. A escrita e as suas diferentes formas de manifestações como direito humano; como tudo isso tudo pode ser uma reconstrução de identidades.
Vamos falar sobre amor, afestar-se com o poético da vida
bell hooks (2020) afirma que amor é ação, nos convidando a falar sobre amor em voz alta. Mas sobretudo precisamos falar sobre os corpos, corporeidades, sobre adoecimentos, sobre necropolítica, sobre como o amor é uma forma de resistência. Para que assim possamos reelaborar a dor, tramar na margem uma cura coletiva, cooperando com as formas de amor que nascem também do comunitarismo, porque quando um se cura, muitos podem se curar juntos. A cura coletiva é sair da subalternidade.
Religiosidade
Trazer as diferentes manifestações religiosas e de religiosidades indígenas e afro-brasileiras. Dialogar sobre as muitas cosmopercepções e as relações com a ancestralidade e a natureza. A fé no sagrado, na vida. O corpo-sagrado e todo sagrado que cada pessoa carrega em si.
Educação e relações étnico-raciais
Todos os sábados, os estudantes serão convidados a construírem reflexões teórico-metodológicas sobre como abordar as relações étnico-raciais a partir do que foi debatido durante o mês. Sempre levando em consideração as provocações realizadas pelos/as/es docentes convidados/as/es.
Seminários
Momentos de compartilhar pesquisas, ações e mundos que nos aproximamos durante a nossa caminhada com a pós-graduação.
Metodologias de pesquisas
É prioridade pensar outras formas das pesquisas existirem na academia, bem como outros lugares para as pesquisas existirem. Assim, é importante questionar: Só a academia faz pesquisa? Somos todes pesquisadores? Quais os modos de fazer pesquisa? Quais os modos de registrar a pesquisa? Como referenciar é/pode ser Sankofa?
Ananda Luz é educadora, pesquisadora e curadora. Formada em pedagogia com mestrado em Ensino e Relações Étnico-Raciais. Cursa o doutorado em Difusão do Conhecimento (UFBA-IFBA-UNEB). Atua nas coordenações coletivas da pós-graduação O Livro Para Infância e Educação e Relações Étnico-Raciais n’A Casa Tombada-SP. Realizou a curadoria da Exposição Karingana – presenças negras no livro para as infâncias no SESC – Bom Retiro. Jurada dos 30 Melhores Livros do Ano da Revista Crescer (2024, 2023, 2022 e 2021) e do Leia com uma criança do Itaú 2023. Curadora de acervos literários como o projeto Bamberê – entre livros e infâncias (SAJ, FLiMuniz e Biblioteca Comunitária Zeferina Beiru) e da Ong Vaga Lume (2022). Curadora e criadora com Jéssica Silva do projeto, Odú: Arte e Territorialidade. Foi escriba com Isabel Malzoni do livro “Eu devia estar na escola”, editora Caixote, em parceria com a Ong. Redes da Maré. É uma das autoras do livro Infâncias e Leituras – presenças negras e indígenas na literatura infantil, organizado por Márcia Licá pela editora Pulo do Gato. Foi curadora com Emília Nuñez da Flikids e é curadora da FliMuniz. Hoje está à frente dos podcasts Livros e Infâncias com Cristiane Rogerio e Coreto Sonoro com Marcus Matraca.
Jéssica Silva é educadora, pesquisadora e artista. Historiadora, mestra em Ensino e Relações Étnico-Raciais (PPGER-UFSB), instituição em que desenvolveu pesquisas sobre narrativas de pessoas negras no Extremo Sul da Bahia. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, pesquisa as mulheres do Grupo Afroindígena de Antropologia Cultural Umbandaum, da cidade de Caravelas, no Extremo Sul baiano. Possui atuação no campo da História, Educação e Relações Étnico-Raciais, com foco em narrativas de mulheres negras na arte e educação. É professora e coordenadora da pós-graduação Educação e Relações Étnico-Raciais (com Ananda Luz), n’A Casa Tombada-SP. Cria das periferias do Extremo Sul baiano, é um corpo-movimento que busca inspiração nos lugares onde insurgiu como artista e pesquisadora. Artista em construção, escrevive narrativas escritas e audiovisuais. Diretora e roteirista do filme “Costurando a vida com fios de ferro” (2019). Idealizadora e coordenadora do Webinário Narrativas Negras. Podcaster do “Odu: Arte e Territorialidade” realizado em parceria com Ananda Luz e contemplado pela Lei Paulo Gustavo — que possui como tema central as artes no território baiano.
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Dados Gerais da Pós
Coordenação Geral d'A Casa Tombada
Profa. Dra. Ângela Castelo Branco e Prof. Dr. Giuliano Tierno
Coordenação das Pós-Graduações d'A Casa Tombada
Prof. Dr. Giuliano Tierno
Coordenação do Curso
Profa. Ms. Ananda Luz e Profa. Ms. Jéssica Silva
Regulamentação
Curso de Pós-Graduação Lato Sensu Autorizado pelo MEC. FACONNECT – Instituição de Ensino Superior Credenciada pela Portaria MEC n° 59 de 13/01/09, pub. no D.O.U em 14/01/09
Modalidade online
Período de realização
Início: 05 de Agosto de 2025
Término: 31 de janeiro de 2027
18 meses
Carga horária total 450 horas
Inscrição
Taxa de R$ 50,00 (a entrevista online será agendada após a efetivação da inscrição)
A equipe d’A Casa Tombada entrará em contato via email para pedir os documentos necessários
Investimento do curso
24 parcelas de R$ 459,00 (valor integral)
Valor: 24 parcelas de R$ 413,10 - 10% de desconto para gestores de educação, professores, educadores, profissionais das infâncias em atuação multidisciplinar (educação, serviços sociais, saúde, psicologia e áreas afins)
Valor: 24 parcelas de R$ 367,20 - 20% de desconto para associados da Liga Solidária (mediante apresentação de vinculação institucional)
Valor: 24 parcelas de R$ 367,20 - 20% de desconto para pessoas autodeclaradas negras (pretas e pardas)
Valor: 24 parcelas de R$ 229,50 - 50% de desconto para pessoas de territórios ciganos, indígenas e quilombolas (mediante apresentação de participação territorial nessas comunidades por alguma liderança local)
* Temos outros Programas de descontos. Consulte-nos. A Casa está sempre de portas e janelas abertas para o diálogo e, sobretudo, para a presença de pessoas interessadas no estudo, na pesquisa e na experimentação de conhecimentos nos campos da Arte, da Educação e da Cultura. Descontos especiais para grupos, coletivos e equipes. Estudar junto é sempre mais potente!
Consulte pelo e-mail: pos@acasatombada.com
Bolsa de estudo
Processo seletivo para bolsa até 15/06
A Casa Tombada, como parte de suas ações para o enfrentamento às desigualdades históricas, ao racismo e às violências estruturais, oferece 1 bolsa integral de estudo para pessoas negras, indígenas, trans e com deficiência. Não é preciso fazer inscrição. Consulte os critérios do Processo Seletivo pelo link abaixo, Se tiver alguma dúvida, envie um e-mail para pos@acasatombada.com.
Resultado da concessão da bolsa de estudos integral em 15/06/25 e matricula até dia 30/06/25
Carta edital: https://drive.google.com/file/d/1Dwc2zzinEd2KWWKvVIco4o6E5hBQRwgu/view?usp=sharing
Formulário: https://forms.gle/MemuSGqQKYeEwK9V7
Imagens de Ananda Luz
Assista gratuitamente a aula realizada no dia 06/05/25, Silenciamentos na Educação: Nomear para Enfrentar com a participação das coordenadoras Ananda Luz e Jéssica Silva.
Como a Educação para as Relações Étnico-Raciais pode responder ao tema?
Uma oportunidade de sentir a proposta e o convite de estudo, pesquisa e experimentação para que conheçam modos de seguirem conosco na construção de saídas coletivas para os complexos desafios da educação contemporânea.
Clique aqui para assistir: https://cursos.acasatombada.com.br/curso/silenciamentos-na-educacao-nomear-para-enfrentar
Quer mais informações?
Entre no grupo exclusivo de Whatsapp para receber mais informações e conteúdos sobre a pós: https://chat.whatsapp.com/EY6vxJXF85SGVgVSpij11B
O curso é destinado a todas as pessoas que desejam contribuir para a construção de uma sociedade antirracista. Voltado para quem busca, em sua prática cotidiana, promover espaços mais dialógicos e equânimes. A formação acolhe discussões relevantes para profissionais de diversas áreas, como: Educação, Promoção da leitura e literatura, Saúde, Artes e suas múltiplas linguagens, Gestão pública e institucional, entre outros campos de atuação comprometidos com a transformação social.
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